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Kiev, capital da Ucrânia, volta a ser alvo de ataques da Rússia, e 11 morrem
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Polícia diz que mísseis deixaram também 64 feridos, em um dos piores bombardeios à capital ucraniana desde o início da invasão russa ao país vizinho. Putin fala de retaliação após explosão de ponte russa na Crimeia, e G7 anuncia cúpula de emergência.
Depois de mais de três meses sem ataques, Kiev voltou a ser fortemente bombardeada pela Rússia nesta segunda-feira (10). Em uma das piores investidas contra a capital ucraniana desde o início da guerra no país, 11 civis morreram e 64 ficaram feridos. Moscou atacou ainda outras cidades grandes do país, indicando uma nova fase de escalada da guerra que já dura sete meses e meio.
O presidente russo, Vladimir Putin, falou que os mísseis lançados nesta segunda-feira fazem parte de uma “forte resposta” que suas tropas já começaram a fazer ao bombardeio, no sábado (8), de uma ponte na Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014 (leia mais abaixo). Putin acusou a Ucrânia pela autoria da explosão e ameaçou uma onda de novas investidas.
Ataques em Kiev: capital da Ucrânia é alvo de explosões nesta segunda-feira (10)
![Carros são vistos em chamas após mísseis russos atingirem Kiev, a capital da Ucrânia — Foto: Reuters/Valentyn Ogirenko](https://s2.glbimg.com/-wnuZ8kHHDVhzy2dV8J7zit-sIo=/0x0:5420x3614/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/F/D/HAhUyCTVOnAAuwk9XZNg/2022-10-10t074110z-1690622504-rc27yw9erpdm-rtrmadp-3-ukraine-crisis-kyiv-blast.jpg)
Carros são vistos em chamas após mísseis russos atingirem Kiev, a capital da Ucrânia — Foto: Reuters/Valentyn Ogirenko
Imagens gravadas no centro de Kiev mostraram ruas atingidas pelos mísseis, carros pegando fogo, civis mortos e muita fumaça. Segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, a Rússia disparou ao menos 83 mísseis contra Kiev, Lviv e Zaporizhzhia. Kiev diz ter interceptado e abatido 40 deles.
O prefeito de capital ucraniana, Vitali Klitschko, disse no Telegram que as explosões ocorreram no “coração da cidade” e que os alvos eram sua infraestrutura. Ele pediu aos moradores para permanecerem em abrigos e evitarem a região central da capital.
Logo após os bombardeios, civis lotaram a estação de metrô Vystavkovyi Tsentr, no centro. Pela tarde, as sirenes que anunciam possibilidade de um ataque voltaram a soar na cidade.
![Centro empresarial em Kiev, na Ucrânia, é destruído por ataque russo no dia 10 de outubro de 2022 — Foto: Vladyslav Musiienko/Reuters](https://s2.glbimg.com/OGuEqLjBXq0LJ1NeK8_vb6Jv95Y=/0x0:4000x2667/1008x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/G/p/QFEWXFTSOYmIbAiJ2hzQ/2022-10-10t084122z-2127207883-rc27yw9t92qz-rtrmadp-3-ukraine-crisis-kyiv-blasts.jpg)
Centro empresarial em Kiev, na Ucrânia, é destruído por ataque russo no dia 10 de outubro de 2022 — Foto: Vladyslav Musiienko/Reuters
Líderes da União Europeia, como o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, falaram com Zelensky ao telefone e prometeram apoiar a Ucrânia em uma retaliação a Moscou.
Os líderes do G7 – o clube das nações mais ricas do mundo, que recentemente excluiu a Rússia – anunciaram uma cúpula virtual de emergência na terça-feira (11) com a participação de Zelensky para discutir reações à nova ofensiva da Rússia.
Escalada em Kiev
O ataque desta segunda-feira surpreendeu por ter acontecido na capital ucraniana, que, apesar de ter sofrido intensos bombardeios ??no início da guerra, vive em relativa calma desde o fim de abril.
À época, a Rússia abandonou um avanço em Kiev por causa da forte resistência ucraniana, impulsionada pelo recebimento armas ocidentais.
Após um pequeno avanço das negociações de paz entre as duas partes – cujo diálogo foi interrompido há meses – Moscou concordou em se retirar da capital ucraniana e passou a focar seus esforços no leste da Ucrânia e em cidades estratégicas no sul.
![Kiev — Foto: TV Globo](https://s2.glbimg.com/lvCGuT0nOGRBr_XOpAHQY553C0Q=/0x0:3840x2160/1008x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/1/I/EklaccSSmxJabye0qVwQ/hora1-limpo-20221010-0427-frame-143935.jpeg)
Kiev — Foto: TV Globo
Mas, segundo Zelensky, os ucranianos já se preparavam para a possibilidade de retaliação de Vladimir Putin, por conta do ataque à ponte da Crimeia no fim de semana. Sirenes alertaram para ataques aéreos em todo o país.
No domingo (9), um ataque com mísseis russos na cidade de Zaporizhzhia atingiu um prédio de apartamentos e várias casas particulares, matando 17 pessoas e ferindo 60, disseram autoridades ucranianas.
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A única ponte que liga a Rússia à península ucraniana da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, foi atingida por explosões neste sábado. A “Ponte da Crimeia” foi inaugurada em 2018 por ordem do presidente Vladimir Putin e, atualmente, é estratégica para os russos nos conflitos contra a Ucrânia.
G1